terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Quando a ciência se torna mística.

Toda a gente compreende os termos "crença cultural" e "crença religiosa" mas muitas pessoas se interrogam acerca do conceito de "crença científica" ou de "crença pessoal".

Uma crença científica é a crença de que toda a realidade e toda a verdade poderá apenas ser definida e limitada pela objetividade, reprodutibilidade e consistência dos métodos de medida científicos tradicionais, baseados numa visão da realidade exclusivamente física e/ou material.

Thomas Campbell in "My Big TOE"


Obviamente muitos são aqueles que transformam, sem se aperceberem, esta crença já cultural, numa crença pessoal. A ignorância pessoal transforma-se assim em cegueira coletiva.
Declarar que o que não pode ser medido por um método de medida "físico/material" ou "tradicionalmente científico" não existe ou é insignificante não é uma declaração ou fato científico. 

É antes uma declaração filosófica, dogmática ou mesmo mística!

As boas notícias é que a ciência dogmática está a adubar o terreno para a emergência galopante de uma nova ciência. Uma ciência que alimenta um cepticismo saudável, orientado para dentro de si mesma. Um cepticismo orientado para o exterior transformar-se-á sempre em dogmatismo.

Uma ciência que dirige a sua atenção para os domínios do objetivo e do subjetivo, que associa, complementando, os métodos de observação "de terceira pessoa" e de "primeira pessoa", que usa a humildade como principal ferramenta; considerando a presença da ignorância sobre aquilo que aprende e alimentando permanentemente uma atitude de abertura e cepticismo.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O que aprendi sobre a vida?


Que muito do sofrimento que experimentamos nesta vida têm a sua origem no desejo de a compreender (o que está muito para além da compreensão humana). Quem vive o melhor que pode, na humildade da curiosidade sem fim, só pode considerar a vida extremamente simples. 

Trata-se apenas de fazer o melhor que podermos, das alternativas que conseguimos perceber, e esperar para ver o que acontece... sem qualquer expetativa, pois se existe alguma certeza neste mundo é que a vida não passa certificados de garantia a NINGUÉM.

PARA QUE ME SERVE O QUE ACREDITO?


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Melhorar a qualidade de sono...

ESTÁS A DORMIR MAL?
PROCURA VIVER MELHOR.

Já reparaste que sempre dormimos melhor nos dias que vivemos melhor?

O sono é um reflexo da forma como vivemos. A percepção acerca da qualidade do nosso sono diz-nos se estamos num mau ou num bom caminho de vida.

Os maus hábitos chegam de "pantufas", instalam-se em silêncio e conquistam terreno pacientemente. São apenas perceptíveis quando já estão cómoda e seguramente instalados. Não esperem desalojá-los rapidamente, nem encontrar alternativas milagrosas a uma vida bem vivida.
Os tranquilizantes não oferecem uma vida tranquila, nem os antidepressivos felicidade. São pensos rápidos, úteis em determinadas circunstâncias, mas de efeito passageiro. São anestesias... de vida, apenas úteis quando a vida fere porque o nosso Ser está ferido.

A qualidade do sono que hoje dormimos é um reflexo da qualidade da vida que temos vivido. A qualidade do sono que nos espera será um reflexo da qualidade da vida que hoje implementármos.

Se dormes mal… se notas que começaste a dormir mal, agradece. É a vida a convidar-te, o melhor que sabe, a viveres melhor. A boa notícia é que qualquer vida, em qualquer circunstância, pode ser sempre melhorada.

O que podes fazer agora para começares a viver melhor? Qual o primeiro pequeno passo nesse sentido?

Para dormires melhor amanhã basta-te dares esse pequeno passo. Os bons hábitos também podem chegar de "pantufas", sem "alardes nem publicidade" e também gostam de paciência.

O sono faz parte da vida, é vida. Sempre que a vida melhora, o sono melhora com ela.

Não é óbvio?

domingo, 11 de novembro de 2012

O que tem o coaching a ver com saúde?


A saúde é uma emoção. Uma emoção é um juízo automático do mundo. E os juízos são os spots preferidos do coaching ontológico.


Se a segunda e terceira parte são óbvias para um coach ontológico a primeira nem tanto.

A saúde é uma emoção porque é, pode ser considerada, como um estado de felicidade exuberante para com a vida. (É assim que a define o mais antigo corpo de conhecimento médico do mundo, a Ayurveda). E a felicidade é ao mesmo tempo uma emoção e um objetivo.

É um objetivo que pode (deve?) estar escondido na agenda de um coachee. Um coach não tem agenda! Será mesmo? Considero que este princípio continua válido enquanto princípio mas não me revejo nele em termos práticos.

Toda a pergunta leva contrabando e todo o contrabando tem origem na agenda do coach. Um coach que não conheça o contrabando que leva pode estar a contaminar o seu coaching com algo que não sirva ao seu coachee.

Eu tenho agenda e só faço coaching dentro da minha agenda. Se a agenda do meu coachee não for conciliável com a minha, terei de me retirar da relação de coaching.

Qual é a minha agenda? A expansão da felicidade do coachee, alinhada com a finalidade da própria Vida. E a expressão do que é grandioso no coachee, alinhada com a minha missão de vida, com as competências da ICF e com a Vida.

O que o nosso coachee tem de mais de mais grandioso exprime-se através de emoções e quando fazemos coaching em torno de um sentimento procuramos (temos na agenda) expandir o horizonte de possibilidades ou aumentar a consciência do coachee sobre a retração desse horizonte. Fazêmo-lo através da linguagem mas estamos, em simultâneo, através dos silêncios, a operar ao nível da emocionalidade e da corporalidade.

Fomos educados para ver o nosso corpo como uma estátua sólida mas ele é antes um rio de energia e informação que se move à velocidade da luz. O nosso corpo, ao nível quantico, é um puzzle de proporções gigantescas e, para dar certo, para respirarmos mais um segundo que seja, precisamos desesperadamente, ou da ajuda de uma misteriosa inteligência imperceptível para os sentidos, ou de uma sucessão de acasos de uma dimensão ainda mais gigantesca do que aquela que à pouco me referi. :-)

Quando alguém altera o seu pensamento, emoção e corporalidade altera a sua saúde, interferindo com esta inteligência ou estes acasos.

Há experiências que provam irrefutavelmente que a forma como um rato percepciona uma substância/experiência pode fazer com que, na sua presença, desenvolva doença ou saúde. Já para não falar dos efeitos placebos tão bem conhecidos.

Será que os juízos têm poder para criar saúde ou doença? Será que a consciência que um coach tem sobre estes processos poderá influenciar a capacidade que um coachee tem para se colocar em "modo de saúde"?

quinta-feira, 3 de novembro de 2011


Acerca dos esconderijos secretos do ego

Acerca de nós mesmos, a nossa imaginação ficará sempre muito aquém do nosso potencial. Curiosamente, é principalmente através da vaidade que se tolda a nossa capacidade para criarmos uma visão límpida sobre a nossa grandiosidade.

A vaidade é a incapacidade de actuar de modo independente relativamente à opinião dos outros e atinge o sua forma mais altiva quando se revela bem dentro de nós. Quando sentimos vergonha de falar sobre o que achamos que seremos capazes de fazer e de Ser estamos a dar espaço ao ego para se elevar acima da nossa alma, acima da nossa essência. Estamos, neste caso, dependentes de uma percepção que julgamos ser nossa mas que não o é, pois não é a nossa alma que se exprime. A alma, quando lhe damos espaço de expressão, nunca avalia, aceita apenas; nada receia, apenas ama.

Na se trata aqui de apenas de lidarmos com os outros pensam sobre nós mas, essencialmente, de lidarmos igualmente com a nossa (in)capacidade de olharmos de frente para a nossa grandiosidade e para a nossa dimensão sagrada.

Quando nos exprimimos - para dentro ou para fora de nós - através do ego, estamos a limitar a expansão do nosso potencial e o de todos os que nos rodeiam.

E quando é que isto acontece na sua forma mais subtil?

Num de dois cenários... (ou em ambos, que é o caminho mais percorrido)

1) Sempre que nos identificamos com a forma.

Sempre que nos identificamos com um qualquer “rótulo” que nos oferece a ilusão de estarmos em verdade através de uma aparentemente priviligiada posição de observação; doutor/engenheiro, especialista, benfica, português, coach, mãe/pai, mulher/homem...

Sempre que à frente da palavra “Sou” acrescentamos outra, seja ela qual for, actuamos em vaidade, expressando-nos através do ego.

O Ser apenas É... e nada o completa pois deve servir-se puro perante a vida.


2) Sempre que nos encontramos na ilusão da separação.

A ilusão de que somos uma “entidade separada” impede-nos de ver, de observar e de ter consciência de que tudo o que observamos está intimamente relacionado connosco; tudo o que nos rodeia só existe através da nossa observação e a nossa observação altera a forma como nos relacionamos connosco e com os outros (ou outras coisas). Estamos ligados a tudo o que existe muito para além da imaginação do maior dos poetas místicos.

Por isso, sempre que julgamos estar a criar algo sós, estamos em vaidade. Isto revela-se através da palavra “eu” onde o ego tanto gosta de se esconder quando o amor lhe ocupa o seu espaço de expressão; o amor sabe que não existe felicidade sem relação. Sempre que nos exprimimos através da posição “eu”, quer seja pelo uso desta palavra ou, mais subtilmente, utilizando um tempo verbal na primeira pessoa, movemo-nos na sombra da nossa luz mais brilhante.

Como cada um de nós é tudo o que existe e tudo o que existe tem um reflexo de nós, existe um mundo dentro de nós e outro fora mas são o mesmo. Daí que nada do que possamos realizar possa, em consciência, ser atribuído a nível individual ou de modo isolado, tudo é realização colectiva, global e unificada.

Somos Um. Eu sou!